Liu Arruda foi dirigido pelo dramaturgo mato-grossense Luiz Carlos Ribeiro em três espetáculos, ainda no início da década de 90: A Virgindade Contestada, Pelos Cotovelos e Vespa 7.O primeiro foi feito especialmente para encenações nas ruas e os dois últimos forma encenados no palco do Teatro Universitário.
Deboche e humor são características de Pelos Cotovelos, que foi a primeira peça de palco da personagem Comadre Nhara. A trama de uma hora de duração, dirigida e escrita por Ribeiro com a colaboração de Liu. Estreou em abril de 1991 e ficou três meses em cartaz no Teatro Universitário, com apresentações diárias. O texto é uma coletânea de causos do repertório popular, fazendo a transposição da realidade cuiabana para a dramaturgia. Interpretando oito personagens, Liu soltava o verbo durante as cenas sobre políticos e figuras da elite do Estado.
Vale ressaltar que, apesar da burguesia ser o alvo predileto de Liu Arruda, era também presença marcante em seus espetáculos. O ator tinha essa face contraditória, pois fazia duras críticas a elite e, ao mesmo tempo, gostava de estar infiltrado no meio dela e era amigo de diversas figuras públicas importantes na época.
Liu Arruda na posse do Ex- Governador Dante |
Pode-se dizer que Pelos Cotovelos foi um marco em relação ao público que prestigiava o trabalho de Liu. Foi a partir daí que empresários, políticos e socialites cuiabanas começaram a marcar presença nas apresentações do ator, o que posteriormente virou rotina em seus espetáculos.
Comadre Nhara |
Desfilando com desenvoltura e irreverência pelo palco e platéia, Liu interpretava suas personagens e mexia com o público, em um ritmo frenético e contagiante. Com o seu poder de improviso, sua inteligência e raciocínio rápido, dominava o público com facilidade. A peça utilizava recursos como trilha sonora, slides com fotos de Cuiabá antiga e o fato de que a troca de roupas era feita em cena.
Ainda sob a direção de Luiz Carlos Ribeiro, Liu fez parte do Vespa 7, espetáculo inspirado no conto homônimo de Tereza Albues apresentado no início dos anos 90. Também estavam no elenco Ivan Belém e Claudete Jaudy. O texto girava em torno da história do Vespa 7, um bandido que matou a mulher com sete facadas e acabou sendo preso e levado ao presídio do Carumbé. Lá, ele conhece a Ramona, filha de Dona Vitorina, formada em assistência social e recém admitida para exercer a função de assistente social na prisão. Os dois acabam se apaixonando e Ramona engravidando. Acontece que Vitorina, que sempre quis um casamento tradicional para a filha, quase enlouquece quando fica sabendo da situação e vai tirar satisfação com o dito cujo. A partir daí a história vai se desenvolvendo entre falas engraçadas, palavrões, menções sobre personalidades cuiabanas e costumes da cidade. Liu interpretava Vespa 7 e também a Ramona.
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