Uma das experiências de Liu Arruda com o teatro de rua, a peça A Virgindade Contestada foi encenada no início dos anos 90 pelo Grupo Gambiarra e o seu palco principal era a Praça da República, em Cuiabá. Especialmente elaborada para o teatro de rua, o texto ressalta o absurdo de uma classe dominante, satirizando questões como a virgindade e o casamento, além de conter duras críticas ao agronegócio, um alerta ao desmatamento violento que o Estado sofria, e ainda sofre, com os senhores da soja.
Escrito e dirigido pelo dramaturgo mato-grossense Luiz Carlos Ribeiro, o espetáculo foi inspirado em trecho da obra Pedra Canga, de Tereza Albues Eisenstat. Com duração de 45 minutos, a peça dispensava cenário, já que era improvisada em praça pública. O grupo era formado pelos atores Liu Arruda, Ivan Belém, Claudete Jaudy e Mara Ferraz, além de uma banda de cinco músicos que eram responsáveis pela trilha sonora da apresentação.
Os artistas aproveitavam o final do dia, hora em que a população saia do trabalho e retornava aos seus respectivos lares, para dar início à encenação. Os atores iam para as ruas já maquiados e carregando uma trouxa de roupas, pois o figurino era vestido no próprio local. O objetivo era a interação entre os atores e o público. Liu Arruda era quem chamava as pessoas para se aproximar e, em poucos minutos, simples pedestres tornavam-se telespectadores, fazendo uma grande roda em torno da praça.
O fio condutor da ação é no município de Livramento, na Grande Cuiabá, onde Ludovica, personagem central da trama encenada por Ivan Belém, e Seu Jeová, interpretado por Liu Arruda protagonizam a história. A peça contava ainda com Felícia, a parteira da cidade e amiga de Ludovica, interpretada alternadamente por Claudete Jaudy e Mara Ferraz.
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